De muitas maneiras a Guerra do Vietnã foi uma sucessão direta da Guerra da Indochina, em que a França, lutou para manter o controle de sua colônia, a Indochina, contra forças separatistas, de cunho comunista. Após as forças vietnamitas comunistas, lideradas por Ho Chi Minh, derrotarem o exército colonial francês em 1954, a Indochina tornou-se independente, e foi dividida em duas partes, o Vietnã do Norte, de cunho comunista, e o Vietnã do Sul, de cunho capitalista.
As eleições de 1956, que poderiam ter reunificado o país, foram canceladas porque líderes no Vietnã do Sul e seus aliados americanos temiam que as eleições fossem vencidas por Ho Chi Minh. Em resposta, a Frente Nacional de Liberação foi criada, como um movimento guerrilheiro no Vietnã do Sul, para a convocação de trabalhadores e agricultores sul-vietnamitas para lutarem contra o governo sul-vietnamita. O EUA utilizaram como pretexto para entrar na guerra, um ataque norte-vietnamita aos seus navios enquanto patrulhavam o Golfo de Tonkin (o chamado incidente do Golfo de Tonkin), em julho de 1964.
De início, a opinião pública americana era em grande parte a favor da guerra, até a Ofensiva de Tet por parte das guerrilhas vietnamitas, em 1968, no Vietnã do Sul, que destruiu muito deste suporte. A participação crescente dos EUA na Guerra do Vietnã e a brutalidade e inutilidade dos bombardeios aéreos, inclusive com bombas Napalm, fez com que surgisse na América do Norte um forte movimento contra a guerra.
O movimento Hippie foi apenas um exemplo deles. Os hippies cultuavam a contracultura, negavam fortemente a Guerra do Vietnã e o nacionalismo, pregavam muitas liberdades que para a época eram inaceitáveis e se vestiam diferente dos costumes “certinhos” dos americanos, sem falar que usavam barbas grandes e cabelos compridos, padrões fora do normal para a cultura norte-americana Esse movimento ganhou força devido a repercussão que foi originada pelo Festival de Música e Artes de Woodstock onde mais de 400 mil pessoas foram assistir aos shows, protestar contra o regime vigente no país e no mundo e contra as guerras do Vietnã e as futuras.
O movimento contra o envolvimento bélico americano no Vietnã passou a crescer rapidamente, principalmente nos campus das universidades, vindo da parte da população estudantil americana que aderiu ao movimento, especialmente por parte da chegada de uma nova geração, composta por jovens, frutos da explosão demográfica que ocorrera posteriormente à Segunda Guerra Mundial, com mais de 18 anos de idade. A maior parte - se não todos - dos integrantes da nova geração nunca estiveram expostos à guerra, uma vez que a Segunda Guerra Mundial terminara em 1945 e a Guerra da Coréia terminara em 1953.
Além disso, a Guerra do Vietnã foi a primeira a receber grande cobertura por parte da imprensa. É chamada de a "primeira guerra televisionada". Talvez por esse motivo, pouco conseguiu ser escondido dos parentes dos militares, que assistiam com muita angústia aos vídeos da guerra, que vinham com uma mínima censura por parte do governo e muita brutalidade em suas cenas, com pessoas sendo assassinadas a sangue frio e crianças correndo com restos de bomba napalm em suas costas.
Passeatas e manifestações começaram a ocorrer em toda a América. Milhares de jovens negaram-se, pela primeira vez na história do país, a servir o exército, desertando ou fugindo para o exterior.
Depois de muitas brigas e manifestações, a população ganhou a briga contra o governo, que teve que retirar as tropas estadunidenses do território vietnamita. A derrota estava presente e estampada na cara do governo, mas no rosto dos militares que voltavam para casa, só se viu alegria e risos de felicidade.
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